Quando os planos dão errado numa viagem, como você faz pra não se frustrar?

Você planeja por meses, investe muito tempo e dinheiro e, de repente, vê que aquela viagem corre o risco de ir por água abaixo por algum evento que não depende de você. O que fazer?

Já aconteceram comigo algumas situações que colocaram em risco tudo o que eu havia planejado numa longa viagem. Entre elas, algumas devido a questões climáticas, cancelamento de voos e até mesmo um golpe militar.

Em todas essas situações a dica é se acalmar, pesquisar os seus direitos, ter um seguro viagem e tentar encontrar uma saída para que a viagem não seja frustrada.

Compartilho aqui alguns desses casos:

 

GOLPE MILITAR NA TAILÂNDIA

Em 2014, um golpe militar gerou uma crise no governo tailandês e colocou em risco a segurança do país. Eu estava nas Filipinas e vi pela TV que a situação estava complicada, com muita violência da polícia na repressão aos protestos. Foi então que declararam toque de recolher e vi meus planos em Bangkok, que seria meu próximo destino, irem por água abaixo. Dá só uma olhada nesse vídeo que mostra a situação de uma das cidades mais visitadas do mundo naqueles dias:

Como seria minha segunda vez na capital tailandesa, decidi diminuir o número de dias na cidade e aumentar o tempo que ficaria no Laos, o destino seguinte. Mantive meu voo das Filipinas para Bangkok e logo no desembarque consegui alterar as datas e ir mais cedo para o próximo destino. Devido à situação tailandesa, consegui com que a companhia aérea não me cobrasse nenhuma multa ou taxa pelas alterações.

Sem dúvida foi uma grande escolha, pois aproveitei muito os dias em Luang Prabang, no Laos, e, numa das noites que precisei ficar em Bangkok pude perceber que não teria curtido a cidade, já que a situação era mesmo complicada.

 

ENCHENTES NA BOLÍVIA

Era minha primeira viagem ao exterior e o roteiro incluía entrar no Peru pelo Acre e retornar ao Brasil no famoso Trem da Morte, que ligava a Bolívia a Mato Grosso do Sul.

Já na terceira semana de viagem, ao chegar em La Paz, fui à rodoviária comprar uma passagem para Santa Cruz de La Sierra, cidade boliviana de onde saía o trem. Ao perceber que eu era brasileiro, o atendente logo disse que nem adiantava eu seguir pra lá já que o trem tinha parado de operar há semanas por causa das enchentes.

Fiquei desesperado, ainda mais porque não tinham voos de La Paz para o Brasil. Os voos com conexões que encontrei eram caríssimos e minha mãe, apreensiva em casa, logo falou que seria impossível pagar por eles.

Foi então que encontrei, ainda na rodoviária de La Paz, duas argentinas que havia conhecido em Cuzco, no Peru. Elas também não estavam numa situação muito boa, já que não havia passagens de ônibus diretos a Buenos Aires pelos próximos dias e elas teriam que ir “pingando” de cidade em cidade numa viagem de dias.

Conversando com elas tomei a decisão de também seguir para a Buenos Aires para aí sim voltar ao Brasil. Apesar da viagem de dois dias sofrendo pelas estradas esburacadas bolivianas, trocando de ônibus várias de vezes, tive a oportunidade de incluir sem querer dois novos países: Argentina e Uruguai.

Planos deram errado na Bolívia (Foto: Esse Mundo É Nosso)

Embora já estivesse quase sem dinheiro, consegui passar alguns dias na capital portenha, já que a família de uma das meninas me deu hospedagem. Dali segui para o Uruguai, onde visitei Montevideo e Punta del Este, e por fim fui de ônibus para Porto Alegre.

No fim das contas um susto e o desespero de não ter como voltar pra casa acabaram ampliando a viagem. Foi uma experiência inesquecível. Esses são apenas dois dos vários casos que já aconteceram comigo e eu achei que a viagem seria frustrante. Ainda bem que não foi assim, sempre consegui achar uma solução pra esses problemas que não estão sob o nosso controle.

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E você, já viu algum plano de viagem dar errado? Conta pra gente!

Rafael Carvalho
Mineiro fã de frango com quiabo e de uma boa cerveja, mora atualmente em São Paulo. É formado em Rádio e TV, pós-graduado em Jornalismo e trabalha há mais de 16 anos com Conteúdo Digital. Já passou por empresas como SBT e Jovem Pan FM. Apaixonado por viagens, fundou o Esse Mundo É Nosso e roda o Brasil e o mundo o ano todo sempre em busca de dicas para serem compartilhadas.
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Comentários:
ana paula Squinelo disse:

Rafael o Trem da Morte é uma das possibilidades de sair da Bolívia e entrar no Brasil por Mato Grosso do Sul, Mato Grosso é outro estado e não é contemplado pelo trem da Morte. Já fiz a viagem duas vezes. Abs.

Muito obrigado, Ana Paula. Já corrigi o texto. Estive inclusive em Puerto Quijarro há pouco tempo.
Abraços

Carolina Belo disse:

Oi Rafael, tudo bem? Muito legal a sua postagem sobre esses problemas. Normalmente, programamos uma viagem com antecedência e o cenário pode ser alterado nesse meio tempo. Minha segunda viagem ao Egito estava programada para fevereiro quando "explodiu" a questão da Primavera Árabe em dezembro do ano anterior. Mesmo com medo, resolvi ir e, apesar da tensão nos locais, foi ótimo pois os pontos turísticos estavam vazios (bem diferente da minha outra ida em que não dava para visitar os locais com calma de tanta gente que havia).
Abraços,
Carolina

Oi Carol, muito obrigado! E que susto, hein? Ainda bem que você conseguiu aproveitar sua viagem!
Abraços

Valéria disse:

Olá Rafael, tudo bem? por qual cidade do Acre você 'entrou' para ir até o Peru? Eu moro bem na fronteira com a Bolívia, e quero entrar por aqui, até por questão de economia, ir até Lima e voltar pelo Acre, mas, não encontrei nenhuma cidade e nem ninguém (até agora) que tenha feito este trajeto de ônibus. Poderei me informar alguma rota ou algum meio pelo qual é possível fazer esse trajeto?
Obrigada desde já..

Oi Valéria, tudo bem?
Eu fui por Brasileia e depois Assis Brasil. Dali segui de táxi para Puerto Maldonado e de avião para Cuzco.
Abraços e obrigado pela visita!