Imigração na Itália: Como é, documentos e exigências

É comum surgirem dúvidas sobre os documentos para imigração na Itália exigidos pelo controle de passaportes em viagens à Europa. Nós mesmos recebemos diversas questões de leitores sobre isso ao longo dos anos.

Então, de forma prática, nesse post vamos falar sobre as exigências para não ter sua entrada negada no país, dicas para passar tranquilo(a) pelos agentes e aproveitar sua estadia por aqui.

Menina de costas tira foto com celular de vista panorâmica de Roma
Roma, Itália (Foto: Esse Mundo É Nosso)

Além disso, explicaremos onde é feita sua imigração de acordo com o lugar de chegada à Europa, outra dúvida muito comum entre nós brasileiros.

Como é a imigração na Itália?

De forma geral, apesar do aperto de cintos contra ilegais nos últimos anos, a imigração na Itália é bem tranquila. Digo isso ainda mais se comparada com outros lugares como no aeroporto de Madrid, temido por muitos viajantes pelos casos de impedimento de entrada.

A entrevista, se ocorrer, tende a ser curta e a apresentação dos documentos exigidos já deve ser suficiente.

As duas principais portas de entradas no país são pelos aeroportos de Roma e Milão, que recebem voos diretos vindos do Brasil. Mas todas as informações aqui servem para brasileiros que chegam de fora da Europa, independente da cidade de acesso.

Brasileiros precisam de visto para Itália?

Não! Brasileiros não precisam de visto para Itália para viagens de até 90 dias. Nesses casos incluem-se estadias a turismo, estudo, competição esportiva, negócios e missões, desde que não superem esse prazo.

No final desse post explicamos direitinho como funciona o prazo de 90 dias e quando você pode retornar ao país numa próxima viagem.

Passageiros aguardam malas na esteira do aeroporto de Ciampino em Roma, após a imigração na Itália
Aeroporto de Ciampino (Divulgação/Aeroporti di Roma)

Documentos para imigração na Itália

Abaixo vamos listar os principais documentos exigidos durante o controle de passaportes na Itália para brasileiros que desembarcam no país. As informações foram consultadas com o Consulado Italiano em SP.

Então é bom você estar com todos eles impressos numa pastinha, o que facilita bastante. Aliás, ao longo do texto, explicaremos mais um pouco cada um dos documentos.

  • Passaporte com validade mínima de 3 meses ao deixar o país ou Espaço Schengen (entenda mais adiante);
  • Passagem de retorno para o Brasil ou para fora de Schengen;
  • Seguro viagem obrigatório para Europa (compare preços);
  • Documentos que justifiquem as razões da sua viagem;

Entre esses documentos que justifiquem os motivos da estadia na Itália, considere como alguns deles:

  • Comprovante de hospedagem (reserva de hotel, Airbnb ou carta convite);
  • Meios financeiros para sustentar a viagem;
  • Reservas de passeios e roteiro da viagem (não são obrigatórios, mas trazem mais tranquilidade).

Seguro viagem para Itália

Brasileiros são obrigados a contratar um seguro viagem para viajar aos países membros do Espaço Schengen, entre eles a Itália.

Mas a apólice não costuma ser tão cara e, além de exigida, evita com que você tenha dores de cabeça com questões inesperadas de saúde, atrasos de voos ou perda de bagagem.

Além da tranquilidade, o documento pode ser pedido na imigração na Itália e servir, de acordo com a percepção do agente do controle de passaportes, como um dos requisitos para impedir sua entrada no país. Então é muito importante ter o seguro com você.

Nós sugerimos que você faça a cotação no site da Seguros Promo, que é o que sempre usamos em nossas viagens. O melhor é que ele compara os preços entre as melhores seguradoras, além de detalhar as coberturas, incluindo as para Covid-19.

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Mas além de obrigatório, vale um relato de uma situação que aconteceu comigo para você entender como o seguro saúde é importante. Em uma viagem ao Chile, eu acabei me machucando numa pista de esqui, “quebrei” a coluna e tive de ser resgatado de helicóptero.

O seguro cobriu não só o transporte de helicóptero, mas também a internação e todos os custos no país. Já imaginou quanto teria me custado? Ele é barato se comparado à segurança que traz.

Países membros do Espaço Schengen

Como falei algumas vezes acima, a Itália faz parte do tratado chamado de Espaço Schengen. Esse é um acordo de fronteiras livres entre vários países europeus. É por isso que você não faz mais imigrações após entrar no espaço, mesmo que troque de país.

Por exemplo, se você fez a imigração na Itália e após alguns dias for viajar para Portugal, não fará novamente a imigração, já que ambos são signatários do acordo. É por isso que o controle de passaportes nesses países da Europa é feito no país de chegada ou de conexão do seu voo.

Vamos a um outro exemplo: se você vai viajar para Roma, mas tem uma conexão do voo saindo do Brasil em Lisboa antes, sua imigração será em Portugal e não na Itália.

Veja então a lista de países membros do Espaço Schengen:

  • Alemanha
  • Áustria
  • Bélgica
  • Dinamarca
  • Eslováquia
  • Eslovênia
  • Estônia
  • Espanha
  • Finlândia
  • França
  • Grécia
  • Hungria
  • Holanda
  • Islândia
  • Italy
  • Letônia
  • Liechtenstein
  • Lituânia
  • Luxemburgo
  • Malta
  • Noruega
  • Polônia
  • Portugal
  • República Tcheca
  • Suécia
  • Suíça
Homem de costas em pé com mala laranja na Galleria Vittorio Emanuele II em Milão
Galleria Vittorio Emanuele II em Milão (Foto: Esse Mundo É Nosso)

Não confunda com União Europeia

Por fim, vale observar e tentar acabar com uma confusão bem comum, principalmente antes de o Reino Unido deixar a União Europeia.

Como a Inglaterra, Escócia e demais países não fazem parte do Espaço Schengen, se você viajar para algum deles, passará pela imigração novamente.

Vamos a um exemplo prático: se você está em Roma, fez sua imigração na Itália normalmente e dali seguirá viagem para Londres, deverá passar pela imigração na Inglaterra.

Se depois da Inglaterra seu roteiro incluir uns dias em Paris, também deverá normalmente passar pela imigração na França.

Mas se a viagem fosse direto entre Roma e Paris, você não passaria novamente pela imigração, já que Itália e França são signatários do acordo de Schengen, ou seja, de fronteiras livres.

Deu pra entender?

Documentos que justifiquem a viagem

Como deu pra ver na lista de documentos no começo do texto, o governo italiano pede como exigência para a imigração no país que brasileiros tenham documentos que justifiquem sua viagem à Itália.

Alguns exemplos são comprovante de hospedagem e de recursos financeiros. Mas vamos detalhar cada um deles para você não ter problemas ao desembarcar:

Comprovante de hospedagem

Outro documento exigido praticamente em qualquer imigração, o comprovante de hospedagem pode ser sua reserva de hotel ou até mesmo de um Airbnb para todos os dias de viagem.

Como já explicamos sobre o Espaço Schengen, no caso de viagens à Europa é recomendável que você tenha as reservas para todos os dias do roteiro, mesmo se for mudar de país.

Ou seja, se você for ficar 5 dias em alguma cidade italiana e outros 5 em Paris, por exemplo, é recomendável que tenha os comprovantes de hospedagens nas duas cidades.

Isso acontece mesmo que, nesse caso, você só faça a imigração na Itália e não precise fazer novamente na França, já que o país também é membro de Schengen.

Em linhas gerais, o país onde você faz a imigração é responsável por todo o período em que você ficar circulando pelos países membros. Então é ele quem irá fazer a fiscalização e conferência de documentos.

Se você vai ficar na casa de algum parente ou amigo na Itália, também pode levar uma carta convite. Aliás, ela deve ser feita por um italiano ou um estrangeiro em situação legal no país. Além disso, deve estar em italiano ou pelo menos em inglês.

No próprio site da Embaixada Italiana, na parte de vistos, você encontra um modelo de carta. Mas, em resumo, ela precisa trazer informações sobre você, o anfitrião, a relação entre vocês, data da viagem e endereço de hospedagem.

Imigração na Itália: Área de trânsito do aeroporto de Roma com escadas rolantes
Aeroporto de Fiumicino (Divulgação/Aeroporti di Roma)

Comprovante de meios financeiros

A comprovação de que você tem recursos financeiros para financiar a viagem e sua estadia também é de praxe na Europa e em muitos países.

O governo da Itália não fala um valor exato diário que você deve ter, mas com base nos países vizinhos, é bom que você tenha cerca de 50 euros por dia, sem contar a hospedagem.

Mas calma, não precisa levar tudo em dinheiro vivo. Você pode levar um pouco em cédulas de euros e usar de outros meios que comprovem que você tem essa quantia se necessário.

Então vale o saldo em uma conta internacional, um cartão pré-pago ou até mesmo um cartão de crédito internacional ativo com limite suficiente que cubra o valor.

Mas de toda forma, não esqueça de estar sempre com as contas habilitadas para gastos no exterior para não ter problemas caso o agente da imigração implique com isso.

Se um amigo ou parente que more na Itália te convidou para uma viagem ao país e irá bancar toda sua viagem, você também precisará descrever isso na carta convite.

Da mesma forma que para hospedagem, o site da embaixada tem um modelo que inclui tanto a estadia quanto o financiamento da sua viagem por outra pessoa. Ele fica na parte de vistos e se chama “Declaração de garantia econômica”.

Documentos não exigidos, mas há quem leve

Embora não façam parte da lista de documentos exigidos na imigração na Itália, há quem goste de se munir de todo tipo de documento para não ter problemas com os agentes e não correr o risco de ser barrado.

Normalmente, é interessante que você tenha com você o roteiro de todos os dias da viagem, incluindo em que cidade estará, além de alguns passeios. Já pode facilitar o entendimento do agente caso ele implique com algum documento ou motivo da viagem.

Mas há quem vá além e leve comprovante de vínculo empregatício com o Brasil ou até mesmo de imóvel ou estudos, por exemplo, que mostrem que o passageiro tem relações fixas com a cidade onde vive.

Não acho que seja pra tanto! Seguindo a lista de documentos que colocamos no começo do post já deve ser suficiente. Não se esqueça principalmente do passaporte válido, bilhete de retorno, seguro viagem, além dos comprovantes de hospedagem e financeiro.

Entrevista na imigração na Itália

Nem sempre é feita uma entrevista durante o controle de passaportes nos aeroportos italianos. Muitas vezes apenas entregar os principais documentos exigidos com o passaporte basta.

Mas caso aconteça com você e o agente queira entender mais dos motivos da sua viagem, seguem algumas dicas.

Se assim como eu você não fala italiano e venha a precisar conversar com o agente, tente pelo menos se comunicar em inglês ou até mesmo num “portunhol”. Muitos entendem o espanhol, o que facilita nossa vida.

As perguntas mais comuns são sobre o motivo da viagem, se há mais passageiros com você, quantos dias irá ficar no país, quais destinos irá viajar e se você tem os principais documentos. Entre eles a passagem de retorno, seguro obrigatório e comprovante de hospedagem.

Aliás, é comum também que os agentes permitam que famílias, casais ou até mesmo pequenos grupos de amigos passem juntos pela imigração na Itália. Ou seja, um dá mais segurança para o outro. Mas se estiver com tudo certinho, vá tranquilamente!

Infelizmente, em casos mais graves ou quando não há a comprovação de toda a documentação, o agente pode negar a entrada do passageiro, que pode ser até mesmo deportado de volta ao Brasil.

Mulher com mala no aeroporto de Roma antes da imigração na Itália
Aeroporto de Fiumicino (Divulgação/Aeroporti di Roma)

Barrado na imigração na Itália

Em minha primeira viagem ao país posso dizer que fui “barrado na imigração na Itália”. Calma, pelo menos não fui deportado ou tive de retornar ao Brasil. Mas o que aconteceu fui uma inconsistência em relação à minha documentação e por isso minha entrada foi negada. Vou explica em detalhes.

O meu voo era pela antiga Alitalia de São Paulo para Istambul, mas com uma conexão de algumas horas na Itália. Então, como era minha primeira vez na Europa, quis aproveitar para sair do aeroporto ao menos conhecer alguma coisa. E foi aí que eu não tive a documentação necessária.

Ao tentar fazer a imigração para deixar o terminal e retornar mais tarde, no horário do meu próximo voo, o agente implicou com algumas coisas, como pouco tempo de conexão, falta do seguro e comprovante de hospedagem.

Sim, ele me questionou sobre hospedagem em Roma mesmo eu dizendo que não dormiria ali, já que meu próximo voo pra Turquia sairia no mesmo dia.

Ou seja, são pequenas inconsistências como essas ou falta dos documentos básicos necessários que podem comprometer sua imigração na Itália. Então leve tudo direitinho como já listamos aqui nesse post.

Entenda os 90 dias sem visto

Para entender a questão dos 90 dias sem a necessidade de visto para a imigração na Itália, eles são válidos dentro de um período de 180 dias. Ou seja, brasileiros podem viajar ao país sem necessidade de visto e ficar 90 dias a cada semestre.

Por exemplo, se você ficou 80 dias no começo do ano e deseja retornar ainda no mesmo semestre, só terá mais 10 dias de estadia disponíveis. Sendo assim, será preciso aguardar o novo ciclo de 180 dias para recomeçar o cálculo dos 90 dias.

E se eu precisar estender ou ficar mais que 90 dias na Itália? Nesse caso, você precisará de visto para o país. Então deverá procurar um consulado ou embaixada mais próximo para fazer o trâmite necessário para obtenção do documento.

Se você precisar de um visto ou de outras informações, sugiro entre em contato com a Embaixada Italiana em Brasília ou com o consulado mais próximo.

Imigação na Itália: Área de espera no aeroporto de Roma
Aeroporto de Fiumicino (Divulgação/Aeroporti di Roma)

Vacinas para viagens à Itália?

Brasileiros não precisam tomar nenhuma vacina para viajar à Itália, nem de febre amarela nem Covid-19. Mas, como já disse, precisa ter um seguro viagem contratado.

Lembrando que todas as informações dadas aqui foram consultadas com a Embaixada da Itália em Brasília e também o Consulado em São Paulo. Aliás, nos baseamos também nas regras dos países que formam o Espaço Schengen.

Tem mais alguma dúvida? Então deixe seu comentário que faremos o possível para ajudar.

Rafael Carvalho
Mineiro fã de frango com quiabo e de uma boa cerveja, mora atualmente em São Paulo. É formado em Rádio e TV, pós-graduado em Jornalismo e trabalha há mais de 16 anos com Conteúdo Digital. Já passou por empresas como SBT e Jovem Pan FM. Apaixonado por viagens, fundou o Esse Mundo É Nosso e roda o Brasil e o mundo o ano todo sempre em busca de dicas para serem compartilhadas.
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Comentários:
Gabriel Araújo dos Santos disse:

Excelente, sua página me esclareceu bastante.